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Estimulação medular

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30 junho, 2022

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5 min. de leitura

Recurso terapêutico é utilizado para tratar pacientes com diversos tipos de dor crônica neuropática

A estimulação medular é uma técnica de neuromodulação indicada para o tratamento de variados tipos de dores crônicas, e consiste, basicamente, na implantação de um eletrodo que transmite corrente elétrica à medula, promovendo sensação de alívio na região. Esta sensação modula a maneira como a dor é percebida pelo cérebro, ajudando a eliminar os desconfortos sentidos pelo paciente.

Também chamada de terapia de neuroestimulação medular, a estimulação medular por meio de implantes geradores de impulso é um tratamento bastante seguro e efetivo para pacientes com dor crônica que não pôde ser aliviada por meio de outros tratamentos. O estímulo promovido pelo eletrodo pode ser comparado ao ato de esfregar as mãos no joelho após batê-lo: o estímulo promovido disfarça o estímulo de dor, aliviando o desconforto.

O que é a estimulação medular?

O tratamento de estimulação elétrica de medula é realizado a partir de um dispositivo gerador de pulso programável que é conectado a eletrodos instalados no espaço epidural (localizado entre as estruturas ósseas da coluna e a dura-máter, a meninge mais externa que envolve o cérebro). Os estímulos elétricos transmitidos por este dispositivo causam um formigamento na área afetada pela dor, inibindo a transmissão dos sinais doloridos ao cérebro.

O corpo humano possui diversos receptores sensoriais de dor, que são ativados quando o organismo detecta pressão, calor e fatores químicos. A estimulação medular “confunde” a ação desses receptores, substituindo os estímulos sensoriais de dor por sensações mais brandas. Como consequência, o cérebro interpreta a dor de outra maneira — geralmente, como formigamento ou leve pressão na região.

Quais são os problemas tratados?

A estimulação medular é um tratamento indicado principalmente para pacientes que apresentam quadro de dor crônica neuropática, tais como síndrome de dor complexa regional, síndrome pós-laminectomia ou alterações relacionadas a quadros vasculares em membros inferiores. A indicação por esta metodologia é feita nos casos em que é identificado que os recursos convencionais não estão trazendo resultados efetivos no alívio da dor.

É importante salientar, entretanto, que a presença da dor crônica intratável não é suficiente para que seja indicado o tratamento por estimulação medular. Uma vez que esta metodologia terapêutica envolve a implantação de um dispositivo elétrico no corpo da pessoa — o que é feito a partir de uma pequena cirurgia —, é fundamental que o paciente apresente boas condições clínicas para se submeter ao procedimento.

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Como o tratamento funciona?

Como foi explicado, a estimulação medular é uma metodologia terapêutica realizada a partir da implantação de um dispositivo gerador de pulsos, que é programável e movido a bateria. Este equipamento tem um tamanho bastante reduzido e fica posicionado na medula do paciente, estimulando as fibras nervosas com o intuito de reduzir os sinais de dor. Esta ação cria um efeito chamado parestesia, que é a sensação de formigamento.

Antes de ser submetido ao procedimento para a implantação do dispositivo, os pacientes geralmente precisam, primeiro, testar o sistema de estimulação da medula espinhal por meio da utilização de um sistema temporário externo. Caso seja identificado que a estimulação medular foi capaz de aliviar a dor sentida pelo paciente, a implantação do dispositivo é recomendada.

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Quais são os benefícios da estimulação medular?

Este é um tratamento que oferece diversos benefícios ao paciente que sofre de dores crônicas, sendo os principais deles:

  • Redução significativa dos sintomas de dor;
  • Melhora da qualidade de vida e bem-estar geral;
  • Menor necessidade de utilizar medicamentos orais para controle da dor;
  • Melhora da capacidade funcional;
  • Maior disposição do paciente para realizar suas atividades cotidianas.

Como é a cirurgia para implantação do dispositivo?

Existem duas formas principais de executar a cirurgia para implantação do eletrodo utilizado na estimulação medular: por metodologia percutânea ou por técnica aberta. O primeiro método é menos invasivo e consiste na realização de uma punção guiada por radiografia, permitindo a colocação do eletrodo em sua posição correta sem a necessidade de fazer uma grande incisão.

A técnica aberta, por sua vez, consiste na realização de uma incisão no paciente e abertura de um pedaço do osso. Em seguida, o dispositivo de estimulação medular é devidamente posicionado. Esta é uma técnica mais invasiva, mas que oferece menos chances de que o eletrodo se mova de sua posição. Dependendo da técnica escolhida, a cirurgia pode durar entre 1 e 3 horas.

É utilizada anestesia?

Na maioria dos casos, a cirurgia para implantação do dispositivo elétrico que vai promover a estimulação medular é realizada com anestesia geral. Existem casos específicos, entretanto, em que pode ser recomendado que o paciente fique acordado para que os médicos possam verificar se o estímulo está funcionando contra a dor.

Cuidados antes e depois da colocação do implante

Por ser uma cirurgia que demanda a administração de anestesia e incisões, mesmo que mínimas, os cuidados pré-operatórios para a colocação do implante medular podem ser muito semelhantes aos de qualquer outro tipo de cirurgia. Em geral, é necessário que o paciente faça exames laboratoriais e de imagem para a identificação de possíveis alterações que podem comprometer a sua recuperação cirúrgica.

A recuperação da cirurgia é relativamente simples e envolve uso de medicamentos analgésicos e repouso relativo (evitando esportes de contato e esforços físicos muito intensos). Durante o período pós-operatório, também é realizada a regulagem das potências e modalidades de estimulação, ajustando o tratamento às necessidades e resposta do paciente.

Quais são os riscos deste tratamento?

Assim como acontece com qualquer tipo de tratamento médico, a estimulação medular está associada à possibilidade de algumas complicações. As principais delas são:

  • Migração do eletrodo, que sai de sua posição correta e deixa de funcionar adequadamente;
  • Fratura do eletrodo, com interrupção da conexão entre o dispositivo e o gerador que o alimenta;
  • Infecção;
  • Desenvolvimento de seroma;
  • Trauma medular.

Para saber mais a respeito da estimulação medular e tirar todas as suas dúvidas em relação a este tratamento, entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Lucas Vasconcellos.

Fontes:

Portal PebMed

Associação Médica Brasileira