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Espondilolistese

Homem com as mãos nas costas e imagem ilustrativa de ossos da coluna.
Imagem: Shutterstock

18 dezembro, 2024

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8 min. de leitura

A espondilolistese é uma condição em que uma vértebra da coluna desliza sobre outra, resultando na perda do alinhamento e provocando dores

Espondilolistese é uma condição em que uma vértebra desliza para a frente sobre a vértebra de baixo, resultando na perda do alinhamento adequado da coluna vertebral e formando uma saliência que interfere na funcionalidade dessa parte do nosso sistema locomotor. Embora o deslocamento possa ocorrer em qualquer parte da coluna, é mais comum na região lombar.

O deslizamento da coluna vertebral é classificado em cinco graus, com base na porcentagem de deslocamento da vértebra em relação à vértebra inferior. No grau I, o deslocamento é inferior a 25%; no grau II, varia de 26% a 50%; no grau III, de 51% a 75%; no grau IV, de 76% a 100%; e, no grau V, ocorre o deslocamento completo da vértebra, que é a forma mais grave da condição.

Dr. Lucas Vasconcellos: especialista em espondilolistese!

Principais sintomas da espondilolistese

Os sintomas da espondilolistese podem variar conforme a gravidade do deslocamento e se há comprometimento de estruturas neurológicas, como a medula espinhal e as raízes nervosas. No entanto, muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma e descobrem a condição durante exames de imagem. Porém, existem alguns sinais mais comuns nos casos sintomáticos. Confira cada um deles a seguir.

Dor lombar

A dor lombar é um dos principais sintomas da espondilolistese, podendo variar em intensidade e frequência. Ela geralmente surge devido ao deslocamento das vértebras, exercendo pressão sobre nervos e estruturas próximas. Os pacientes podem sentir um desconforto constante na região lombar, que frequentemente piora com atividades físicas, flexão ou rotação do tronco.

Dor no nervo ciático

A dor no nervo ciático é um sintoma comum associado à espondilolistese, ocorrendo quando o deslocamento vertebral pressiona as raízes nervosas que saem da medula espinhal. Essa dor pode irradiar ao longo do trajeto do nervo ciático, afetando a parte inferior das costas e descendo até os pés.

Formigamento

O formigamento também é consequência da compressão das raízes nervosas, devido ao deslocamento vertebral, e pode se manifestar nas pernas, nos pés e até na região lombar. Os pacientes com espondilolistese podem sentir esse desconforto em um ou ambos os lados do corpo, sendo, muitas vezes, acompanhado por dor ao realizar atividades que movimentam ou pressionam a coluna.

Fraqueza nas pernas

Pacientes com espondilolistese também podem sentir uma diminuição da força em uma ou ambas as pernas, dificultando atividades cotidianas, como caminhar, subir escadas ou ficar em pé por períodos prolongados. Essa fraqueza pode ser acompanhada por dor ou formigamento, aumentando o risco de quedas e lesões, particularmente em pessoas mais idosas.

Rigidez na região lombar

A alteração no alinhamento das vértebras e da tensão nas estruturas próximas levam à rigidez na região lombar, sintoma típico da espondilolistese. Essa rigidez produz uma sensação de aperto ou limitação de movimento na parte inferior das costas, que intensifica ao se inclinar, girar, permanecer por longos períodos em uma mesma posição ou após praticar atividades físicas.

Quais as causas da espondilolistese?

A espondilolistese costuma ocorrer na região lombar da coluna vertebral, que enfrenta pressões durante atividades, como ficar em pé, caminhar e girar o corpo. Essa combinação de tensões pode resultar no deslize de uma vértebra para a frente sobre a vértebra abaixo, especialmente quando as estruturas estabilizadoras falham em manter o alinhamento adequado.

Portanto, a sobrecarga e o desgaste da coluna ao longo do tempo são algumas das causas mais frequentes da espondilolistese. Além disso, essa condição também pode ser desencadeada por outros fatores, como falha estrutural da vértebra – chamada espondilólise –, fraturas, malformações ao nascimento, complicações pós-cirúrgicas e tumores.

Quais são os tipos de espondilolistese?

Existem diferentes tipos de espondilolistese. Os mais comuns são a espondilolistese lateral, a anterolistese e a retrolistese. Na espondilolistese lateral, a vértebra se desloca para um dos lados. A anterolistese ocorre quando a vértebra superior desliza para a frente em relação à vértebra inferior, enquanto a retrolistese se refere ao deslocamento ligeiro da vértebra superior para trás em relação à inferior.

A espondilolistese também é dividida em tipos, de acordo com sua causa:

  • Espondilolistese displásica: mais comum em crianças, é resultante da má formação congênita das vértebras ou dos arcos posteriores. Geralmente afeta a região entre L5 e S1 e causa instabilidade mecânica entre essas vértebras.
  • Espondilolistese ístmica: é a forma mais comum da condição e ocorre por um defeito ou fratura em uma parte da vértebra. Geralmente está ligada a atividades físicas intensas e é mais comum em crianças e atletas.
  • Degenerativa: comum entre adultos e resultado do envelhecimento associado à degeneração dos discos intervertebrais. Nesse tipo, os discos perdem hidratação e os ligamentos e articulações se desgastam, afetando principalmente a região L4 – L5.
  • Traumática: resulta de traumatismos agudos, como quedas ou acidentes, e ocorre devido a fraturas na área afetada.
  • Patológica: surge quando outra condição médica, como um tumor, infecção ou doença osteometabólica, provoca o deslocamento da vértebra devido à fragilidade óssea.
  • Iatrogênica: ocorre após cirurgias que podem levar à instabilidade da coluna devido a fatores relacionados ao procedimento.

Como o diagnóstico é realizado?

O diagnóstico da espondilolistese é realizado por meio de radiografias da coluna, que mostram o deslocamento vertebral. Para pacientes com dores irradiadas para os membros inferiores, a ressonância magnética possibilita uma visualização detalhada dos tecidos moles e das raízes nervosas, ajudando a identificar compressões.

A tomografia computadorizada também pode ser solicitada para identificar lesões que não são visíveis em radiografias, possibilitando uma avaliação melhor da estrutura óssea e de eventuais fraturas. Por fim, testes de mobilidade e força podem ser realizados para determinar o impacto da condição na funcionalidade do paciente.

Como tratar a espondilolistese?

O tratamento da espondilolistese depende do diagnóstico e dos sintomas do paciente. Acompanhe a leitura e confira quais são as possibilidades.

Tratamentos conservadores

Pacientes assintomáticos devem fortalecer a musculatura com a prática regular de atividades físicas, exercitando principalmente a região abdominal (CORE), que fortalece os músculos e mantém o alinhamento natural da coluna. Além disso, é fundamental adotar uma boa postura e manter o peso em níveis saudáveis.

Exercícios de movimentos de hiperextensão, torção e flexão da coluna podem ser contraindicados para evitar um deslizamento maior da vértebra. Em casos sintomáticos, analgésicos e anti-inflamatórios são receitados para o alívio da dor. A fisioterapia e o uso de coletes são recomendados para a espondilolistese de graus 2 e 3.

Tratamentos cirúrgicos

A cirurgia para tratar a espondilolistese é recomendada apenas em casos raros, geralmente quando há problemas neurológicos ou quando o tratamento conservador não traz melhorias. É mais comum quando as raízes nervosas estão comprimidas. Dessa forma, o procedimento consiste em reposicionar a vértebra deslocada e descomprimir as raízes nervosas.

Como é a cirurgia da espondilolistese?

A cirurgia para espondilolistese é feita sob anestesia geral. O cirurgião faz uma incisão na região lombar ou cervical, para acessar a coluna e remover os tecidos ou discos que comprimem os nervos, em um procedimento chamado descompressão neural. Em seguida, a coluna é estabilizada com parafusos, hastes ou placas, para manter a vértebra na posição correta e evitar a progressão do deslocamento.

Quando necessário, o cirurgião pode realizar uma fusão óssea para estabilizar a coluna. A operação envolve a remoção do disco danificado e a inserção de um espaçador com enxerto ósseo entre as vértebras. Com o tempo, o enxerto se funde, formando uma única estrutura óssea. Após o procedimento, a incisão é fechada com pontos e coberta com curativo.

Cuidados pós-operatórios e recuperação

A recuperação geralmente dura de 30 a 60 dias. Após esse período, o paciente pode reintegrar suas atividades normais de trabalho e exercícios físicos. No entanto, esse tempo pode variar dependendo da técnica cirúrgica empregada e da condição de saúde do paciente. Os cuidados pós-operatórios também são fundamentais e incluem:

  • Evitar esforços excessivos, como longas caminhadas, corridas ou levantar peso;
  • Não permanecer sentado por longos períodos;
  • Evitar subir e descer escadas;
  • Manter-se hidratado e optar por refeições leves;
  • Realizar caminhadas leves e curtas para estimular a circulação e prevenir trombose;
  • Trocar o curativo conforme orientação médica;
  • Evitar dormir de bruços;
  • Evitar relações sexuais nas primeiras semanas.

É possível prevenir a espondilolistese?

É possível adotar medidas para prevenir a espondilolistese. Recomenda-se a prática regular de alongamentos específicos para a região, a atenção à postura e o fortalecimento dos músculos do core e das costas. Além disso, ter cuidado ao realizar torções e flexões excessivas pode prevenir lesões. Controlar o peso também ajuda a reduzir a carga sobre a coluna, assim como utilizar técnicas adequadas e equipamentos de proteção nas atividades físicas.

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FONTES

Manual MSD

Hospital Israelita Albert Einstein